A Essência se Perdeu?
Salvador Fest, a festa do povo! Quem não lembra? A festa que nas antigas era um evento super popular entre as favelas de Salvador que desciam em peso com sua camisa colorida, como esquecer da voz de Jean Nanico no Se liga no Pida anunciando “É de camisa, coloridaaa”. A maior festa de camisa colorida do mundo idealizada por Marcelo Britto era quase inteiramente regional, o leque de artistas era enorme, de A Bronkka á Ivete Sangalo. Esses artistas, profundamente enraizados na cultura local, garantiam que o Salvador Fest fosse uma festa autêntica e do povo, refletindo a cultura das comunidades periféricas também em seu publico.
O evento surgiu como um grande festival a preços acessíveis, com o objetivo de se tornar referência nacional. Em setembro, era certo: “todo mundo vai descer” e de “camisa coloridaa”. Com o passar dos anos, o Salvador Fest se consolidou como uma das maiores representações culturais de Salvador, reunindo multidões de diferentes territórios, com grandes nomes do pagode baiano e performances inéditas.
Os anos se passaram, a indústria musical mudou, e por consequência o Salvador Fest também, a programação musical refletiu essa mudança, o festival começou a incluir artistas de fora de Salvador e a dar menos destaque aos artistas locais que haviam sido uma parte essencial do evento. Isso contribuiu para a impressão de que o Salvador Fest estava se distanciando de suas raízes culturais e de seu público original.
A pergunta que fica: o festival se reinventou para sobreviver ou alienou o público original? O evento, antes uma celebração coletiva, agora enfrenta críticas sobre sua representatividade. No ano de 2024 não tivemos o Salvador Fest, com a promessa de reformulação e que em 2025 voltariam atendendo os pedidos do público. O futuro do festival depende de um possível retorno às raízes ou de uma adaptação que mantenha a conexão com o público que o fez grande. A resposta? Talvez só saberemos em 2025.
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