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Duquesa: "O rap ainda lima mulheres."




Duquesa é Jeysa Ribeiro Conceição, filha da dona Jusi e seu Rogério, 17 anos, baiana, FEIRENSE.
Para quem ainda não a conhece, Duquesa é rapper e faz parte da produtora Hash Produções. Apesar da pouca idade, ela já saiu da linha de “promessas” e se tornou uma realidade, realidade forte.

Há um mês ela lançou o single “Dois Mundos” juntamente com um clipe, veja o vídeo abaixo:



Duquesa nos concedeu uma entrevista recheada de fatos, contando sobre a invisibilidade das mulheres no rap, ela também falou sobre sua caminhada...

VANDALIZE (LUCAS SANTOS): Quem é Duquesa para Duquesa?

DUQUESA: Duquesa é a mulher que eu no pessoal sempre quis ser, sempre queria estar onde ela pode e vai estar futuramente, a mulher que arrisca enquanto eu tenho medo. Como se fosse uma dupla personalidade tá ligada? Às vezes eu fico calada quando me expresso às pessoas não compreendem, mas quando eu como duquesa canto.

VANDALIZE (LUCAS SANTOS): Como ela conheceu o rap e quando/como iniciou nele?

DUQUESA: Conheci o rap sem saber que era rap aos 9 anos através do meu pai que escutou um som do racionais MC's, eu gostei da batida, em 2012 fui a um tributo a sabotagem e entendi o que era o rap e aí gostei e passei a adentrar a cena  da cidade como ouvinte, em 2015 fiz minha primeira participação e tive a oportunidade de rimar numa faixa do CD do grupo Sincronia Primordial " Várias Visão"

VANDALIZE (LUCAS SANTOS): Você acha que existe boicote em relação as mulheres no rap? Porque você acha que o boicote existe?

DUQUESA: O rap ainda lima mulheres. O boicote existe porque se as mulheres tivessem mais espaço, vários Mc's já não seriam tão famigerados, porém deve partir do  público enxergar um artista como artista e notar a qualidade dele independente do sexo não adianta nós mulheres fazer sons fodas de qualidade e o público não se permitir a escutar e também apreciar nosso trabalho.

VANDALIZE (LUCAS SANTOS): Em relação ao envolvimento das mulheres no rap, cresceu ou só não era visto/notado?

DUQUESA: Cresceu, porém só aconteceu isso depois que as mais velhas da cena foram notadas e aí outras sentiram a vontade de aparecer. Uma prova disso é o rimas e melodias.

VANDALIZE (LUCAS SANTOS): Como é fazer rap na terra do axé?

DUQUESA: Eu preferi amar a música do que amar o rap, mas eu consigo colocar o rap em todos os gêneros. Consigo me adaptar bem a tudo, ver o valor de cada percussão, de cada gênero e agregar. É o meu estilo mesmo.

VANDALIZE (LUCAS SANTOS): Qual maior dificuldade que você já encontrou até agora?

DUQUESA: Compreensão. Até mesmo de outros Mc's  da cena da minha cidade. Eles acham que minha produtora me deu tudo, e quando na vdd não me deram quase nada comparado ao que eu consegui “sozinha" E tudo que eu consigo através dos meus corres e ajuda de alguns amigos. Aí me tiram de lines de eventos.. Postam indiretas.. kk

VANDALIZE (LUCAS SANTOS): E sua maior vitória até agora? Qual foi?

DUQUESA: O reconhecimento, eu ter sido colocada entre as 100 mulheres do hip Hop ao lado de mulheres que são minhas referências e ter sido a aposta de 2018 entre vários artistas.

VANDALIZE (LUCAS SANTOS): Em relação ao público, com o avanço da internet, reacts, comentários, elogios e críticas melhoraram ou piorou? O público tá raso ou mais aprofundado?

DUQUESA: Melhorou porque agora meu trabalho teve vazão, mas creio que ainda será melhor! Eu tô encontrando meu público agora digamos assim.

Para encerrar esta linda entrevista, pedimos para que a artista deixasse um recado para nossos leitores e seus fãs, o recado foi o seguinte:

"Somos uma geração de pretos ricos, o mundo precisa saber da nossa vivência/existência/ sobrevivência."