- por Felipe Souza
B-Boy Montolin, nome artístico de Rafael de Jesus Montolin, tem 23 anos, é nascido em São Paulo e dança break à quase 10
anos, tendo conhecido a cultura através de uma ONG (SOS Hip Hop).
O
que você acha da tendência da cultura Break no Brasil?
- Aqui temos um movimento mais cultural, com intenção
maior de tirar as crianças e jovens das ruas, das drogas, levamos mais pela
cidadania do que como profissão, diferente ‘lá de fora’ que virou um esporte,
tem muitas competições e pessoas vivem disso, aqui tem, mas levamos mais pela
cultura e cidadania.
Aqui o Hip Hop tem uma força muito grande nas periferias,
temos muita responsabilidade, capaz de tornar uma criança em homem com educação
e responsável.
Qual
maior desafio pra quem já dança, ou vai começar a dançar?
- Quando a pessoa começa a dançar o Break, ele desenvolve
um aspecto muito forte que é tentar viver da dança, mostrar para outras pessoas
sua arte, e pra mim a maior prioridade é passar a cultura adiante, organizar
eventos, participar de batalhas é um grande desafio.
Como
e onde você aprendeu e/ou ensina Break?
- É igual acontece aqui (estamos em um lugar que estão
treinando) juntamos um pessoal e um passa o conhecimento pro outro, 2006 e 2007
tem algumas pessoas que me passou uma base, no caso Moisés, Will, Carlinho, são
meus professores na dança.
Dá
retorno financeiro? Dá pra viver disso?
- Até tem como viver disso, mas não pode depender só
disso, sempre é bom ter um trabalho paralelo, nossa realidade aqui é outra, pra
alguém viver só da dança, tem que correr muito atrás, maioria das vezes parar
de estudar, é complicado parar de estudar no Brasil.
Você
acha que o Break foi excluído da ‘cena’?
- Excluído não, mas perdeu bastante espaço, existe muito
preconceito ainda, tem gente que acha que somos vagabundos, drogados, mas é
totalmente diferente, a gente ajuda tirar crianças das drogas e das ruas, mas
teve uma caída, diferente da época de 2005 por aí quando conheci que a cena era
muito forte.
Força
ou técnica?
Os dois, mas priorizo a técnica, musicalidade ajuda
muito, é preciso sentir a música, é um estudo contínuo, quem quer aprender tem
que ir atrás, buscar, estudar, ter muita força de vontade e aguentar as dores
(risos).
Fala
sobre seus projetos;
- Estamos com projeto com a galera de Valinhos e Vinhedo,
vamos está organizando alguns eventos como batalhas, workshop, a intenção é
contribuir com alguns eventos nacionais pra não deixar o hip hop morrer.
Contatos:
Facebook: facebook.com/qwertyudytrdr
Instagram: instagram.com/bboymontolin/
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