- por Felipe Souza
Em torno dos anos de 2010, uma ‘nova era’ de rap vinha surgindo e se expandindo para o Brasil todo, impossível não falar dos 3 Temores, época que Emicida, Rashid e Projota começaram a ganhar reconhecimento por suas músicas, realidade de muitas pessoas narrada por um MC, como foi incrível os assuntos abordados, como: amor, auto estima e aquela palavra de incentivo pra quem está em alguma situação desagradável, com o toque “Perifa”.
“Pois é, fui salvo pelo rap”.
Será que podemos dizer isso dos lançamentos do último ano? Toda essa nova era do rap mainstream, essa alta técnica abordada pelos mc’s na hora da criação, metáforas extraordinárias, speed flow incrivelmente absurdo, sem dúvidas se torna muito admirável, mas será que estamos conseguindo absorver de forma positiva?
Existem músicas novas como do Diomendes Chinaski – “Cocada de Sal - A Teoria” que não é apenas teoria, nesta música é narrada uma realidade pouco citada, talvez assuntos como esse não sejam abordados por não dar tanto ibope, por falta de vivência dos mc’s, ou por falta da força de vontade de procurar algo que se aproxime desses assuntos? Está muito fácil entrar no Youtube e ver os vídeos dos mais conhecidos.
Na última década aumentou excessivamente o número de MC’s em visibilidade, e por que não aumentar oportunidades para quem faz aquele trabalho bem sincero, com real intenção de passar uma mensagem para quem precisa? Claro que as técnicas ajudam, mas como tudo na vida, tudo que é em excesso faz mal. MC salva e tira vidas, vejo isso como uma responsabilidade muito grande, porém boa parte do público é responsável, os consumidores estão criticando de todas as formas, se dedicando a difamar um MC ao invés de procurar algo que te agrade.
Outros tempos, formas diferentes de fazer rap, válido? Sim! Muito mais válido levarmos em consideração a cultura Hip Hop, lembrar sempre que estamos no Brasil, apesar de ser uma cultura americana, é necessário autenticidade.
Vandalize nas Redes